sexta-feira, 17 de agosto de 2007
quinta-feira, 16 de agosto de 2007
Fotos
O bucolismo (integração serena entre o indivíduo e a paisagem física) torna-se um imperativo social, e os neoclássicos franceses retornam às fontes da antiguidade que definiam a poesia como cópia da natureza.
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O pintor francês Watteau é o grande intérprete do refinamento das elites francesas do século XVIII, antes da Revolução. Festas galantes, cenas campestres e referências pastoris constituem o seu universo temático, a exemplo dos textos do Arcadismo
Imitação dos Clássicos
Detalhe do quadro Passeio em frente ao Jardim Botânico, do espanhol Luis Paret, que cristaliza uma animada cena da vida cortesã, em estilo rococó.
Processa-se um retorno ao universo de referências clássicas, que é proporcional à reação antibarroca do movimento. O escritor árcade está preocupado em ser simples, racional, inteligível. E para atingir esses requisitos exige-se a imitação dos autores consagrados da Antiguidade, preferencialmente os pastoris. Diz um árcade português:
O poeta que não seguir os antigos, perderá de todo o caminho, e não poderá jamais alcançar aquela força, energia e majestade com quem nos retratam o formoso e angélico semblante da natureza.
Logo, só a imitação dos clássicos asseguraria a vitalidade, o racionalismo e a simplicidade da manifestação literária. Deduz-se daí que a natureza - principal elemento de sua estética - não é a dos poetas do período, e sim a natureza das Éclogas de Virgílio e dos Idílios de Teócrito, os dois autores mais imitados pelos árcades.
Observe-se, também, a contínua utilização da mitologia clássica. Esta mitologia, que era um acervo cultural concreto de Grécia, Roma e mesmo do Renascimento, agora se converte apenas num recurso poético de valor duvidoso. Mais outra convenção, tornada obrigatória pelo prestígio dos modelos antigos. A todo momento nos deparamos com deuses e deusas que não têm significado histórico, e tampouco artístico porque suas imagens já foram desgastadas pelo uso excessivo.
Arcadismo
A principal característica desta escola é a exaltação da natureza e de tudo que lhe diz respeito. É por isto que muitos poetas ligados ao arcadismo adotaram pseudônimos de pastores gregos ou latinos (pois o ideal de vida válido era o de uma vida bucólica).
Contexto Histórico
Na Itália essa influência assumiu feição particular. Conhecida como Arcadismo, inspirava-se na lendária região da Grécia antiga. Segundo a lenda, a Arcádia era dominada pelo deus Pan e habitada por pastores que, vivendo de modo simples e espontâneo, se divertiam cantando, fazendo disputas poéticas e celebrando o amor e o prazer.
Os italianos, procurando imitar a lenda grega, criaram a Arcádia em 1690 - uma academia literária que reunia os escritores com a finalidade de combater o Barroco e difundir os ideais neoclássicos. Para serem coerentes com certos princípios, como simplicidade e igualdade, os cultos literatos árcades usavam roupas e pseudônimos de pastores gregos e reuniam-se em parques e jardins para gozar a vida natural.
No Brasil e em Portugal, a experiência neoclássica na literatura se deu em torno dos modelos do Arcadismo italiano, com a fundação de academias literárias, simulação pastoral, ambiente campestre, etc.
Esses ideais de vida simples e natural vêm ao encontro dos anseios de um novo público consumidor em formação, a burguesia, que historicamente lutava pelo poder e denunciava a vida luxuosa da nobreza nas cortes.
O desejo da natureza, a realização da poesia pastoril, a reverência ao bucolismo são traços marcantes da literatura arcádica, disposta a fazer valer a simplicidade perdida no Barroco.
Fugere urbem (fuga da cidade)
Locus amoenus (lugar aprazível, ameno)
Aurea Mediocritas (mediocridade áurea - simboliza a valorização das coisas cotidianas focalizadas pela razão)
Inutilia truncat (cortar o inútil - eliminar o rebuscamento barroco)
Neoclassicismo
Pseudônimos pastoris (fingimento poético para não revelar sua autoridade)
Carpe diem (aproveite o dia)
Em Portugal
D. José no trono na casa do pai João
Período Pombal (1750 a 1777)
Grandes Reformas na Economia
Aumento da exploração na colônia do Brasil
Expulsão dos jesuítas do território português
A morte de D. José, em 1777, e a queda de Pombal
D. Maria, sucessora do trono, tenta resolver os problemas, cada vez maiores, do Erário Real.
O dominio Inglês em Portugal cresce, e a dependência econômica de Portugal torna-se incontrolável.
No Brasil
Minas Gerais como centro econômico e político
A descoberta do ouro, na região de Minas Gerais, forma cidades ao redor.
Vila Rica (atual Ouro Preto) se consolida como espaço cultural desde o Barroco (Aleijadinho)
A corrida pelo ouro se intensifica.
Influências das arcádias portuguesas nos poetas brasileiros
Conflitos com o Império (Inconfidência Mineira)
O ciclo da mineração
A expulsão dos jesuítas do Brasil - (1759)
A Inconfidência Mineira(1789)
Marco Inicial
Criação da 1ª Arcádia pelos italianos, procurando imitar a lenda grega
Em Portugal
Fundação da Arcádia Lusitana (1756)
No Brasil
Publicação das Obras Poéticas, de Cláudio Manuel da Costa (1768)
Fundação da Arcádia Ultramarina em Vila Rica
Características
Gerais
Idéias Iluministas Laicismo Liberalismo Fugere Urbem Bucolismo Aurea Mediocritas Convencionismo amoroso Idealização do Sexo Carpe Diem Inutilia Truncat - Textos mais objetivos, sem exagero Sátira Política Linguagem Simples Uso dos Versos decassílabos, sonetos e outras formas clássicas Presos a estética e forma
No Brasil
Introdução de paisagens tropicais - Caramuru (de Frei José de Santa Rita Durão) História colonial muito valorizada Início do nacionalismo Início da luta pela independência - Tomás Antônio Gonzaga("primeira cabeça da inconfidência" segundo Joaquim Silvério, delator da Inconfidência Mineira) A colônia é colocada como centro das atenções.
Arcadismo no Brasil
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMgp1Q3fYnE6WYtRTiZqTrbvbEdAtD1Src2u6sEuWuSom95s4UrMxjl95FlbN-BqMprZNXmAdEmBD_7ssagIlYQjQ0piLiECxOJoO1NVJugDGpm1Nc6B4DSimF9AaRrhXJK2VsRlZ671A/s320/Arcadismo.jpg)